Trapo 182 - Dualidade
Eu quero tanto da vida...
No dicionário cá de casa nenhuma das palavras existem e confesso que nem sei bem como se escreve; mas a verdade é que ultimamente andam todos numa de testar a minha estupidofobia/estupofobia?!
Pufff (suspiro!)
Pensando um bocadinho mais no assunto, tenho é receio de ficar estúpida!
Não no sentido do dia-a-dia de ser grosseira, ou desagradável, mas no sentido de "não tem inteligência suficiente ou delicadeza de sentimentos" (Dicionário da Porto Editora, 2003).
Na minha profissão tornar-se pouco sensível aos outros, torna-se fácil, porque em cada turno puncionamos doente inúmeras vezes, algaliamos, introduzimos sondas, trocamos fraldas, colocamos restritores de movimentos e fazemos um sem número de procedimentos -invasivos ou não- que implica entrar na esfera do outro.
Fazemo-lo tantas vezes, vemos os doentes nus tantas e tantas vezes que para nós é extremamente banal e o exercício de nos imaginarmos naquelas camas, indefesos e doentes é bem difícil!
Não quero estupidificar! Quero ser cada vez mais humana e cuidar cada vez mais de seres humanos e menos de doenças!