do fim --> Bocadinhos de Trapos: outubro 2010

terça-feira, outubro 19, 2010

Trapo 219 - Trabalhar com sorrisos

Os turnos têm sido exigentes quer a nível físico quer psicologicamente.

A verdade é que os turnos com alguns dos meus colegas correm sempre melhores do que com outros.

É mesmo bom estarmos a trabalhar com pessoas que gostamos.
Não quer dizer que esses sejam os nossos amigos fora do hospital ou que os nossos amigos fora do hospital sejam os melhores para trabalhar. Nalguns casos essa feliz coincidência acontece.

É bom trabalhar descontraidamente, com um sorriso e sempre uma palavra simpática.
Têm sido turnos construtivos.
É bom trabalhar com eles.
É bom receber elogios.

segunda-feira, outubro 04, 2010

Trapo 218 - O tempo nada mudou

Há momentos na vida que temos a esperança que se perpetuem.
Contudo, infelizmente recordei momentos que preferia apagar da minha memória.

Entrei na Universidade em 2002 e quando em 2004 decidi mudar de curso, vim parar ao Porto. Agora que olho para trás tenho a plena consciência que foi apenas obra do acaso. Sei que a escolha da Escola da Imaculada Conceição (propriedade de uma congregação de freiras) não foi baseada em motivos fortes e muito menos conscientes.

A verdade é que desde Setembro de 2004 a minha vida rodeou-se e entranhou-se naquela escola. Vi e vivi o processo de transição para a Universidade Católica, a actualização do plano de estudos às directrizes de Bolonha e o surgir de novas disciplinas, com o afastamento e surgimento de professores característico destes processos.


Esta semana foi a abertura oficial do ano lectivo dos novos alunos, nomeadamente dos Mestrados de natureza profissional. Nova aluna não é um adjectivo que me assente bem, contudo lá fui eu.

Fui e não devia ter ido porque saí de lá revoltadíssima.
Nas conhecidas caras das minhas professoras fui recebendo diferentes feedback. À excepção da minha orientadora da tese do Mestrado que ainda não terminei, todas ficaram admiradas por me ver.
A maioria cumprimentou-me com um grande sorriso e perguntavam o que estava lá a fazer.
Iam entrando cada vez mais pessoas na sala cumprimentando-se entre elas.
Infelizmente o clima era de grande cinismo, abundavam os sorrisos amarelos e sobretudo os segredinhos entre os diferentes grupinhos das professoras.

Chegaram mesmo a abordavam os diferentes novos alunos, alguns dos quais também já conhecidos, e faziam comentários menos próprios mal viravam costas.

Fiquei mesmo triste.
Numa escola gerida durante muitos anos só por mulheres, algumas delas a nata da enfermagem em Portugal a terem aqueles comportamentos...
Francamente!
Relembro os velhos tempos da Imaculada, onde professores vinham para as aulas contar histórias menos simpáticas de outros professores. Momentos em que nós alunos nos sentíamos encurralados entre as guerrilhas internas.
Momentos que eu gostava que o tempo tivesse mudado, mas que estava mais visível que nunca naquela sessão de abertura do ano lectivo.

Avizinha-se um ano cheio de histórias para contar...