do fim --> Bocadinhos de Trapos: dezembro 2006

sábado, dezembro 23, 2006

Trapo 94 - Pisar a areia

Voltei a enjoar na viagem...
Enjoo sempre!


Quando chegamos o sol já estava a querer pôr-se.
A maré estava vaza.

Olhei o mar!
Aquele mar que me lembrava da minha infância.
Aquele onde aprendi a nadar;
Aquele que me levou os óculos;
Aquele que me fez rir e dar muitas gargalhadas!

Olhei para ele. Sorri.
Largamos tudo no carro.

Pisei a areia.

Arranjei a mão dele, puxei-o
e corri...
Praia fora...

Senti o calor do sol na minha pele branca,
apesar de já estarmos a meados de Julho.

Passeamos,
Rimos,
Corremos,
Molhamo-nos...

Atirei-o ao chão!
Ficamos os dois todos molhados
e ainda rimos mais!

Foi tão bom!


domingo, dezembro 10, 2006

Trapo 93 - Diz não à homofobia!


terça-feira, dezembro 05, 2006

Trapo 92 - Um dia triste

Eram 22h20.
Estava em casa...
O computador tinha-se desligado por sobreaquecimento,
Quando tirava os óculos, tudo eram manchas com uma cor baça,
Eu estava triste e melancólica...
Sai de casa, desci até à rua a pé, por preguiça de chamar o elevador

Fui até ao centro comercial
Passeei melancolicamente nas lojas
Comprei um presente para uma bebé
Afoguei-me em chocolate
E
voltei a dirigir-me para casa...

Continuava triste
Sai do centro comercial já com as chaves de casa na mão
Uma gota de chuva caiu-me no canto do olho e eu fiquei com duvida se seria chuva ou uma lágrima
Nos meus pensamentos, dizia mal da minha vida...
Tudo estava escuro...

A porta de minha casa estava uma mancha volumosa cor de laranja.
Era um cobertor...


Tive que passar por cima das perna dele para conseguir entrar em casa...

Afinal, porque é que eu estava triste?!?!

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Trapo 91 - As pessoas crescidas



"As pessoas crescidas nunca conseguem perceber nada sozinhas, e é muito cansativo, para as crianças, estar sempre a dar-lhes explicações."






Agora, o excerto mais completo para as pessoas mais crescidas:

“Quando tinha seis anos, vi uma imagem magnífica num livro sobre a Floresta Virgem que se chamava «Histórias Vividas». Representava uma jibóia a engolir uma fera. Aqui está a copia do desenho.
No livro dizia-se: “As jibóias engolem a sua presa inteiras, sem a mastigar. Em seguida já não conseguem mexer-se e dormem durante os seis meses da sua digestão.”
Reflecti então muito sobre as aventuras da selva, e consegui, por minha vez, fazer com um lápis de cor, o meu primeiro desenho. O meu desenho número 1. Era assim:

Mostrei a minha obra-prima às pessoas crescidas e perguntei-lhes se o meu desenho lhes fazia medo.
Elas responderam-me:”Por que é que um chapéu havia de fazer medo?”
O meu desenho não representava um chapéu. Representava uma jibóia a digerindo um elefante. Desenhei então o interior da jibóia para que as pessoas crescidas pudessem compreender. Elas precisam sempre de explicações. O meu desenho número 2 era assim:

As pessoas crescidas aconselharam-me a pôr de lado os desenhos de jibóias abertas ou fechadas e a dedicar-me de preferência à Geografia, à História, à Aritmética e à Gramática. Foi assim que, aos seis anos, abandonei uma magnífica carreira de pintor. Tinha sido desencorajado pelo insucesso do meu desenho número 1 e do meu desenho número 2. As pessoas crescidas nunca conseguem perceber nada sozinhas, e é muito cansativo, para as crianças, estar sempre a dar-lhes explicações.”

Saint Exupéry em "O Principezinho"