Trapo 9 - O coelhinho negro

Ups... Ela tinha acabado de molhar o pé na beirinha do riacho... Não era nada bom!! A mamã não ia gostar e ia ralhar com a pequena Gui. Então decidiu descalçar-se e secar os sapatos e a meia ao sol. Enquanto isso, ficou ali, sentada de pernas à chinês, a observar os peixes e a água a correr...

Mas, de repente, viu qualquer coisa a mexer perto dos arbustos... Manteve-se bem quietinha, e num só salto, zash! Um coelhinho muito pequenino e muito negro salta para o seu colo...
Apesar de se ter assustado conseguiu manter-se quieta. Devagarinho, foi aproximando a sua mão... Eis que lhe toca e começa a dar-llhe mimo...

Aquele coelhinho, tão pequenino certamente se tinha perdido...
Entao, destemida, Gui, tenta procurar nas redondezas uma toca de coelho ou mesmo outros coelhos... Mas, ao fim de algum tempo ainda não tinha encontrado nada...

Decidiu leva-lo para casa! Era obvio que nem a mamã, nem o papá iam achar piada à ideia, mas de certeza que os manos iam adorar...

E assim foi! A mãe e o pai não queriam deixar o minúsculo roedor dentro de casa, os manos trataram e lhe dar de comer e arranjar-lhe nome e Gui permanecia quietinha no cantinho da sala a observar enquanto sorria e abraçava o coelhinho.

Os pais autorizaram que o coelho ficasse, mas com a promessa de que assim que ele crescesse voltaria ao pequeno bosque... E assim aconteceu... Quando o coelhito crescesse foi devolvido ao bosque, mas apesar de ter arranjado uma toca e familia para viver, todos os dias vinha ter com Gui ao pé do riacho...

(Boneka de Trapos, Coimbra, Setembro de 2003)