Trapo 91 - As pessoas crescidas
Agora, o excerto mais completo para as pessoas mais crescidas:
“Quando tinha seis anos, vi uma imagem magnífica num livro sobre a Floresta Virgem que se chamava «Histórias Vividas». Representava uma jibóia a engolir uma fera. Aqui está a copia do desenho.
No livro dizia-se: “As jibóias engolem a sua presa inteiras, sem a mastigar. Em seguida já não conseguem mexer-se e dormem durante os seis meses da sua digestão.”
Reflecti então muito sobre as aventuras da selva, e consegui, por minha vez, fazer com um lápis de cor, o meu primeiro desenho. O meu desenho número 1. Era assim:
Mostrei a minha obra-prima às pessoas crescidas e perguntei-lhes se o meu desenho lhes fazia medo.
Elas responderam-me:”Por que é que um chapéu havia de fazer medo?”
O meu desenho não representava um chapéu. Representava uma jibóia a digerindo um elefante. Desenhei então o interior da jibóia para que as pessoas crescidas pudessem compreender. Elas precisam sempre de explicações. O meu desenho número 2 era assim:
As pessoas crescidas aconselharam-me a pôr de lado os desenhos de jibóias abertas ou fechadas e a dedicar-me de preferência à Geografia, à História, à Aritmética e à Gramática. Foi assim que, aos seis anos, abandonei uma magnífica carreira de pintor. Tinha sido desencorajado pelo insucesso do meu desenho número 1 e do meu desenho número 2. As pessoas crescidas nunca conseguem perceber nada sozinhas, e é muito cansativo, para as crianças, estar sempre a dar-lhes explicações.”
e eu que pensava que era uma duna, daquelas em que se pode rebolar..
quando temos a simplicidade de uma criança percebemos "sozinhos" e facilmente o mundo e todas as coisas, porque é nessas alturas que uma Luz interior se acende...
beijinhos
www.saborearavida.blogspot.com
Por alguma razão as crianças não ligam muito aos adultos... e fazem bem.
Enquanto o tempo passa vamos adicionando coisas ao nosso pensamento, cada vez que racicionamos temos em conta o nosso passado. Uma criança pensa no presente, os adultos pensam no passado.
Mas era bonito os adultos esforcarem-se para as crianças não ficarem iguais a eles, já que a maior parte não é tão boa assim.
Muitas vezes (se não sempre) são os adultos que influenciam o futuro das crianças, não as deixando escolher o caminho que querem percorrer. Os adultos fazem às crianças o que acham que é melhor para eles próprios, não pensando se isso vai contra os desejos das crianças.
O que vale é que dentro de cada um de nós vive uma criança que nos faz cometer algumas loucuras.
Beijitos,
Nuno.
Ó o tempo da meninice que já lá vai.
Agora é altura de tratar daqueles que um dia fomos nós, que tambem pensamos assim, os nossos filhos.